JORNALISMO TOTALMENTE DIGITAL: UM CAMINHO SEM VOLTA
31 de janeiro de 2021
Um dos caminhos ‘sem volta’ no jornalismo é a convergência, a utilização das plataformas digitais disponíveis e a própria ‘humanização’ do formato jornalístico – menos engessado -, é o que afirmou o gerente de Jornalismo da TV Globo, em entrevista ao portal Set.org. br. Ainda de acordo com Kamel, foram criados formatos que possibilitassem os repórteres ou comentaristas trabalharem em casa, mas sem abrir mão da credibilidade e isenção. De acordo com Ângelo Afonso, o período de pandemia possibilitou ao jornalismo se ‘adaptar’ a essa situação completamente adversa. “Eu vejo a capacidade do jornalismo a se adaptar a qualquer possibilidade de adversidade, como por exemplo, ao Home Office. A gente vai ter muita evolução ainda, mostrando que não precisa todos estarem ao mesmo tempo em um estúdio de televisão. Essa é a lição pro jornalismo: não há limites para inovar, seja na parte tecnológica ou do próprio profissional como um todo”, salientou Ângelo.
Com a perda de espaço nos veículos tradicionais que promoveram cortes significativos durante a pandemia, a saída para muitos jornalistas foi apostar de vez em canais no YouTube. Segundo pesquisa realizada pela empresa VidMob, o uso da plataforma de vídeos gratuitas aumentou 20% em relação as demais redes sociais, o que significa também sua rentabilidade. Cristiano Oliveira acredita que muitos profissionais fora do mercado serão ‘absorvidos’ pela plataforma, incentivados pelo sucesso de vários jornalistas que hoje em dia são melhores remunerados pelo YouTube do que em veículos de comunicação tradicionais. “Tu prefere falar para 1 milhão de pessoas ganhando R$ 10 mil por mês ou prefere falar para 50 mil pessoas e ganhar R$ 15 mil por mês que é mais que o valor anterior? Então esse é o ponto. Alguns profissionais que perderam o emprego e que passaram a investir em suas redes sociais, eles já tem um retorno financeiro independe da idade. Um cara que a gente conhece muito bem que é o Darci Filho, um dos maiores jornalistas esportivos do rádio do Rio Grande do Sul, ele tem um canal no YouTube. Pode ser um canal que não tem 1 milhão de inscritos, acho que tem 6 ou 7 mil, mas que consegue ter um retorno financeiro. E o Darci Filho é um senhor de 70 anos. Essa renovação não tem a ver com a idade. No YouTube você tem milhões de receptores e de emissores. Ou a gente intende isso ou a gente fica para trás”, analisou Cristiano.
O jornalista Eduardo Alves de Souza, consegue enxergar algo de ‘bom’ nessa pandemia, justamente pela evolução do jornalismo digital. “Com essa ‘impulsionada’ que teve o digital nessa pandemia, eu acho que vai rolar uma mudança de consumo, da forma de se consumir a informação. Acho que já rolou essa mudança e sua tendência é aumentar e acredito que essa mudança vai ser maravilhosa para os profissionais que acreditam no jornalismo digital. Antes se via muito o mundo digital mais voltado para o marketing e não em relação a informação. Essa mudança vai possibilitar que os profissionais possam se recolocar no mercado”, argumentou.
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Ângelo Afonso
Essa é a lição pro jornalismo, não há limites para inovar.